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FAÇA PARTE DA COMUNIDADE DOS CHAMADOS

 



"28Quanto ao evangelho, são eles inimigos por vossa causa; quanto, porém, à eleição, amados por causa dos patriarcas; 29porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis. 30Porque assim como vós também, outrora, fostes desobedientes a Deus, mas, agora, alcançastes misericórdia, à vista da desobediência deles, 31assim também estes, agora, foram desobedientes, para que, igualmente, eles alcancem misericórdia, à vista da que vos foi concedida. 32Porque Deus encerrou todos debaixo da desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos." (Romanos 11:28-32 - ARA)

 

INTRODUÇÃO

O livro de Romanos foi escrito aproximadamente no ano 57 dC, e o apóstolo Paulo não ajudou a fundar a Igreja em Roma, mas foi que ficou seus últimos dias conforme está relatado em Atos 28:16-31, apesar da carta ter sido escrita anos antes.

O trecho do capítulo onze procede a partir do texto de Romanos 9 e 10 que enfatizam o conflito que há entre Israel e os gentios, ou entre o judaísmo e o cristianismo.

De certa forma, podemos dizer que, neste período, havia tensões significativas entre judeus e cristãos, embora muitos dos primeiros cristãos fossem de origem judaica, mas o apóstolo Paulo traz uma mensagem que correlaciona estes dois grupos de forma que é possível compreender de maneira mais plena o chamado de Deus.

Israel aguardava o Messias, mas não reconhecia, nem reconhece Jesus como o ungido de Deus, talvez um profeta, um rabino, um professor, mas não o Messias.

Mesmo com esta resistência, Deus não abandona Israel nem o descarta por causa de sua obstinação em recusar o Salvador. O que a carta paulina está se referindo é exatamente o oposto disto: que Israel não seria esquecida nem descartada, mas que no devido tempo, entenderia seu chamado.

A pergunta que faço para você: Já reconhece o seu chamado?


I. O CHAMADO E SUA PERMANÊNCIA

Fazendo uma análise gramatical da palavra “chamado”, encontramos o termo κλῆσις (klēsis) – que é um substantivo feminino, com o significado básico de: chamado, convocação, vocação. Este substantivo aparece 11 vezes no Novo Testamento, porém o seu verbo καλέω (kaleō) que tem o significado de chamar, convocar, nomear, aparece 148 vezes no Novo Testamento.

Fica óbvio que “chamado” é uma expressão com profundo significado para o entendimento de como Deus se relaciona com seu povo. Deus não convida, ele convoca, Deus não XXX, ele nomeia.

"[...] que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, [...]" (2 Timóteo 1:9 - ARA)

A garantia do chamado é o próprio Deus, pois é dele que vem a convocação, assim, o Deus Eterno, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança (Tiago 1:17), não estabelece uma relação temporária ou provisória. Muito pelo contrário, a relação é eterna e permanente.

O vocacionado, tem a garantia e sua permanência nesta condição. Deus não desiste, não se arrepende, não muda de ideia, não abandona, não se cansa.

A garantia da nossa herança, esta em Sua própria glória.

"[...] iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos"( Efésios 1:18 - ARA)

O chamado de Deus é irrevogável, eterno, imutável... é baseado na graça divina e não em obra humanas.

 

II. O CHAMADO E SUA DINÂMICA

Mas o chamado tem duas dinâmicas, o qual importantes: a primeira dela é que não virtudes que justifiquem do porquê que somos chamados.

Inclusive o critério é sua plena e suficiente vontade, se olharmos para nós, não encontraremos nada que possa promover uma justificativa para que nos chame. Se tenho inteligência, também vem o orgulho, vaidade, soberba. Se tenho recursos também vem o egoísmo, avareza, ganância. Se trabalho muito vem a obstinação, materialismo, ativismo. Se não tenho nada vem a preguiça, falta de interesse, mordomia. Sem ser um generalista ou pessimista, entre um e outro, sem haverá uma questão que será tratada a partir do pecado que há em nós, e disto não temos como fugir.

Ninguém pode bater no peito e dizer: eu sou merecedor! Tudo é graça.

"Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento." (1 Coríntios 1:26 - ARA)

Esta é a primeira dinâmica. A segunda se refere ao fato de como vivemos este chamado. Deus é fiel, mas nós nem sempre. Deus permanece fixo em seus objetivos, porém seus filhos podem ser inconstantes.

O apóstolo Tiago denuncia que tal pessoa, inconstante em seus caminhos, não alcançara coisa alguma no Senhor. É a semente que foi plantada em solo rochoso, recebe com alegria, mas não cria raízes, tem pouca duração, com as dificuldades e conflitos, desiste (Mateus 13:5-6, 20-21).

"Cada um permaneça na vocação em que foi chamado." (1 Coríntios 7:20 - ARA)

O chamado de Deus tem o mérito dEle, mas deve ter o nosso compromisso, dedicação, empenho, interesse. Devemos responder a esta convocação e corresponder as expectativas de quem está chamando.

 

III. O CHAMADO E SEU PROPÓSITO

Em toda a Escritura, Deus nos chama para o centro de Sua vontade, para a Sua Santa presença, para estarmos próximos e com Ele. Jesus se tornou o mediador entre Deus e os homens, Jesus se tornou o Sumo Sacerdote, Jesus se tornou a porta da Salvação, o Pão da vida que nos alimenta, A Água viva que nos sacia, não há nenhum outro propósito do chamado a não ser: entender que fora dele não nada que valha a pena ou que possa simplesmente existir.

Deus é a razão para o qual existimos, tudo foi feito por Ele e para Ele,

“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!" (Romanos 11:36 – ARA).

Se algum propósito há para o nosso chamado é para seguirmos em direção ao Senhor, porque a nossa vocação, chamado, convocação está atrelada em Cristo, não como separar.

"[...] prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." (Filipenses 3:14 - ARA)

Portanto, devemos considerar os ensinamentos de Jesus, seu testemunho, sua obra e devemos anuncia-lo fervorosamente, continuamente e adequadamente. O propósito é sentarmos à mesa com o Senhor, cearmos com ele, termos intimidade, nos alegrar com sua presença, colocar nossa vontade, sonhos, projetos, família, desejos sob a Sua soberana vontade.

"Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus," (Hebreus 3:1 - ARA)

O propósito do chamado de Deus, que é nos levar a uma comunhão mais profunda com Cristo e à glória celestial.

  

IV. O CHAMADO E SUA APLICAÇÃO (CONCLUSÃO)

No texto lido há três referência da palavra “misericórdia”.

Em uma tradução literal temos “coração miserável” na sua aplicação temos o sentido de que alívio da miséria, necessidade, sofrimento...

Os desobedientes que foram chamados e que alcançaram misericórdia... mas que agora devem deixar de ser desobedientes e devem corresponder ao chamado divino.

O apóstolo Pedro enfatiza da importância do nosso zelo e dedicação quanto ao chamado.

"Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum." (2 Pedro 1:10 - ARA)

"A Missão" ilustra o chamado irrevogável de Deus através da transformação radical de Rodrigo Mendonça, um mercenário e caçador de escravos no século XVIII na América do Sul. Após um ato de violência fratricida, Mendonça, atormentado pela culpa, encontra-se inexplicavelmente atraído para a redenção. O chamado divino se manifesta quando ele busca penitência junto aos jesuítas, aceitando carregar o peso de sua antiga vida - simbolizado por uma rede cheia de armadura e armas - através de perigosas cataratas até a missão. A graça de Deus se revela poderosamente quando um índio guarani, anteriormente perseguido por Mendonça, corta a corda que prende o fardo, lançando-o nas águas. Este ato de perdão inesperado não apenas alivia Mendonça do peso físico, mas simboliza sua libertação espiritual e o início de sua nova vida. A conversão de Mendonça, de perseguidor a protetor dos indígenas, exemplifica a natureza transformadora e irrevogável do chamado divino, demonstrando que ninguém está além do alcance da graça redentora de Deus.


Como você tem respondido ao chamado de Deus?

Porque você está lendo esta mensagem, senão porque Deus o chamou e que em um propósito em sua vida?

Comente neste post sobe o que Deus falou contigo ao ler este texto!


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