Os crentes não oram com a
intenção de informar a Deus a respeito das coisas que ele desconheça, ou para
incitá-lo a cumprir o seu dever, ou para apressá-lo, como se ele fosse
relutante. Pelo contrário, eles oram para que assim possam despertar-se e buscá-lo,
e assim exercitem sua fé na meditação das suas promessas, e aliviem suas
ansiedades, deixando-as nas mãos dele; numa palavra, oram com o fim de declarar
que sua esperança e expectativa das coisas boas, para eles mesmos e para os
outros, está só nele.
A
oração não é feita para nos exaltarmos diante de Deus, nem para que seja
apreciado o que há em nós, mas para confessarmos a nossa miséria e para
fazermos sentida lamentação de tudo o que pesa sobre nós, como uma criança faz
a seu pai. Ao contrário, pois, de causar temor, o senso de miséria pessoal deve
antes ser como uma espora ou como um aguilhão que nos incite à oração.
Como
somos advertidos pelo exemplo do profeta, que orou a Deus pedindo-lhe: “Compadece-te de mim, Senhor; sara minha alma,
porque pequei contra ti” (Salmo 41:4). Não é o mérito da oração ou a
dignidade de pessoa que nos habilita a obter as bênçãos pedidas, mas toda a
nossa esperança está situada nas promessas e delas depende.
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